A alimentação não convencional, popularmente chamada de alimentação caseira ou natural, é aquela na qual há uma dieta baseada em diversos alimentos similares aos encontrados na natureza, podendo ser oferecida cozida, crua, com ou sem ossos, e de outras diversas maneiras.
Esse tipo de alimentação se iniciou em cães há 15 mil anos e em gatos de 5 a 10 mil anos atrás. Durante sua domesticação, os animais se aproximaram dos seres humanos e começaram a consumir sobras de suas refeições.
Entretanto, a revolução industrial e os crescentes estudos referentes aos níveis nutricionais e dietas balanceadas adaptadas à fase de vida do animal e suas necessidades diárias foram responsáveis pelo surgimento, em meados de 1970, das alimentações convencionais, mais conhecidas como ração, com o intuito de facilitar a maneira de alimentar seus pets.
Atualmente, observa-se uma tendência de inserção dos pets de forma humanizada nas famílias. Isso inclui a diversificação alimentar, buscando novos ingredientes com melhor palatabilidade e que dêem mais prazer ao pet. Os donos então disponibilizam um tempo para cozinhar o alimento de seu pet, o que lhes gera satisfação por acreditarem estar contribuindo para a saúde de seu animal com alimentos mais naturais e frescos, evitando corantes, conservantes e aditivos.
Contudo, precisamos lembrar que, ao optar pela alimentação não convencional, devem ser seguidas as orientações e prescrições de um médico-veterinário especialista em nutrição.
Ao realizar este tipo de dieta, se faz imprescindível uma boa escolha dos ingredientes, para que sejam devidamente atendidas as necessidades nutricionais do pet. Também é necessária a suplementação com vitaminas, minerais, óleos, gorduras e outras fontes. Vale lembrar que oferecer apenas arroz, batata, cenoura e carne não será o suficiente para atender as necessidades nutricionais do animal.
Não existe um cardápio universal para a alimentação não convencional. Por isso, é indispensável a orientação do médico-veterinário capacitado, visto que cada animal possui suas necessidades e particularidades. Dietas prontas encontradas na internet podem ocasionar sérios problemas futuros ao seu pet. Não podemos pressupor que uma dieta calculada para um cão Lhasa Apso, por exemplo, seria similar à de um cão de grande porte, como um Dogue Alemão. Da mesma maneira, a dieta de um cão adulto não será a mesma de um cão com mais de 07 anos, considerado sênior.
As características mais comuns de uma dieta não convencional estão nas taxas moderadas a altas de proteínas e gorduras, alta umidade, baixo carboidrato e baixa fibra.
Quais as vantagens e desvantagens da alimentação não convencional?
Vantagens
Apresenta alta palatabilidade e digestibilidade, podendo oferecer baixo risco à saúde do animal quando preparada seguindo as orientações corretamente.
Desvantagens
A alimentação exige tempo para ser preparada e precisão (ponto de cozimento), podendo ficar desbalanceada caso não siga efetivamente as instruções, o que poderá gerar danos drásticos ao animal. Apresenta um alto custo e em geral não possui benefícios voltados à saúde oral, favorecendo o aparecimento de tártaro. Vale ressaltar que o uso de suplementos também é essencial e, analisando o todo, tem-se uma dieta mais trabalhosa e menos prática quando comparada à alimentação comercial.
Existem algumas particularidades para a melhor adaptação do animal a esse alimento, como o tempo de cozimento, a forma de armazenamento e a não improvisação alimentícia. Um exemplo muito comum de improvisação é a troca da mandioquinha prescrita no cardápio por batata. Essa modificação gera variações nutricionais, ocasionando um desbalanço nutricional ao pet.
O paladar dos felinos é caracterizado por ser mais “seletivo”, e por isso dificilmente se adaptam à dieta caseira após a fase adulta ou não conseguem se alimentar da quantidade diária prescrita. Assim, caso escolha esta alimentação aos gatos, para que tenha um possível êxito, o correto é o oferecimento até os 6 meses de vida.
A dieta caseira é recomendada para formulação coadjuvante/terapêutica em casos de doenças concomitantes, quando não existem opções de dietas comerciais. Recomenda-se também aos animais com diagnóstico de hipersensibilidade alimentar. Nada impede que também seja oferecida aos animais saudáveis exigentes, com apetite caprichoso e aos obesos. Devemos sempre respeitar a preferência do proprietário.
Enfim, qual é a melhor dieta ao animal: caseira ou ração?
A melhor dieta é aquela que atende a exigência nutricional individual, que seja viável para o proprietário e bem aceita pelo animal, promovendo saúde e longevidade e respeitando as particularidades de cada espécie. É importante frisar que a alimentação natural não é melhor que um alimento comercial seco de qualidade.
Finalmente, vale salientar que a alimentação caseira leva tempo, requer custos maiores, pode necessitar do uso de suplementos e depende da aceitação do animal e do comprometimento do proprietário. Não existe o que é melhor ou pior, contanto que se buque sempre a harmonia na saúde e bem-estar do pet.
O indicado é usar uma ração balanceada e adequada para a raça e tamanho do seu animal
- Fonte: https://www.specialdog.com.br/portalpet/alimentacao-caseira-riscos-e-beneficios-